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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Oitava da Páscoa

Os oito primeiros dias do tempo pascal formam a oitava da Páscoa. Poderíamos chamá-los também de “pequena oitava”, em confronto com a “grande oitava” das sete semanas, sem, contudo, querermos diminuir com isto, a sua importância. Seus primórdios, entendidos como um período celebrado com liturgia especial, remontam, no mínimo, ao começo do século IV, e mesmo até à segunda metade do século III, como é fácil de deduzir das homilias recém-descobertas de Astério Sofita sobre os salmos. Astério chama o dia da oitava de “segundo ‘oitavo dia’”.


A liturgia desta oitava era marcada não só pelo mistério pascal, como também pela consideração para com os neobatizados que durante as celebrações diárias da eucaristia eram introduzidos mais profundamente nos mistérios dos sacramentos da iniciação, recebidos na noite da Páscoa. As homilias pascais de Astério, já mencionadas, podem ser apontadas como o exemplo mais antigo de tais “catequeses mistagógicas” de que temos conhecimento. As mais famosas, entretanto, são as cinco catequeses de Cirilo (João?), bispo de Jerusalém, da segunda metade do século IV, e os escritos “De mysteriis” (Sobre os mistérios) e “De sacramentis” (Sobre os sacramentos), da autoria de Ambrósio. Segundo Agostinho, a oitava da Páscoa é uma “ecclesiae consensio”, um costume unânime da Igreja, tão antigo quanto a Quadragesis (a Quaresma). Os fiéis deviam suspender seus trabalhos nesses dias, e tomar parte nas cerimônias diárias.

Esta semana era chamada antigamente também “semana branca” ou “semana das vestes brancas”. No Oriente é conhecida também como semana da renovação. Inicialmente ela só terminava no domingo, o qual, por isso, tinha o nome de domingo das vestes brancas (domingo in albis). A partir do século VII, as vestes brancas dos neófitos eram depostas já no sábado, em conseqüência da antecipação da celebração da noite pascal para o Sábado Santo.

Os cânticos de entrada da oitava de Páscoa da liturgia romana, executados pelo coro à entrada dos neófitos em vestes brancas, eram enfaticamente sintonizados com a presença dos recém-batizados e proclamavam a salvação por eles recebida. Assim lemos (ainda hoje) na segunda-feira: “O Senhor vos introduziu na terra onde correm leite e mel: e sua lei esteja sempre em vossos lábios, aleluia!”; na terça-feira: “Deu-lhes a água da sabedoria, tornou-se a sua força...”; na quarta-feira: “Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino...”; na quinta-feira: “Senhor, todos louvaram, unânimes, a vossa mão vitoriosa...”; na sexta-feira: “O Senhor conduziu o seu povo na esperança e recobriu com o mar seus inimigos”; no sábado: “O Senhor fez seu povo sair com grande júbilo; com gritos de alegria, os seus eleitos, aleluia!”; e por fim, no domingo branco (domingo in albis): “Como crianças, recém-nascidas, desejai o puro leite espiritual para crescerdes na salvação, aleluia!


Adolf Adam
(in O Ano Litúrgico, Paulinas, 1982, pag. 86-87)

Sermão das Sete Palavras

Lembra as últimas palavras de Jesus, no Calvário, antes de sua morte.



 
 "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem"


No auge do sofrimento, Cristo não perde a dimensão da fragilidade do ser humano e implora o perdão pra nossas culpas. Seu sangue derramado na cruz nos torna limpos para voltar à casa paterna. Mas somos também capazes de perdoar a nós mesmos e aos outros? Quando oramos: "Perdoai-nos, assim como perdoamos", sabemos o que pedimos? Aceitamo-nos incondicionalmente como somos e nos respeitamos? Quem não perdoa a si mesmo não perdoa a ninguém mais. Quem não se aceita não aceita aos outros. Pois para isso é necessário que se reconheça as próprias dificuldades e limitações, esforçando-se para se corrigir. E, dessa mesma forma, agir sempre com os outros.


"Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso". 



Sentindo dores, o homem crucificado ao lado de Jesus não o insultou como os demais. Ao contrário, pediu e recebeu o seu perdão incondicional e imediato. Cristo não lhe prometeu o paraíso para depois. Tampouco lhe falou de novas vidas ou de reencarnações. "Hoje mesmo" - afirmou Jesus! E quantos de nós desacreditamos nessa misericórdia divina, acreditando que somente nosso esforço, nesta e em outras vidas, nos tornará dignos de voltar ao Pai.


"Mulher, eis aí o teu filho. Filho eis aí a tua Mãe!"

Apesar de todas as nossas infidelidades, ele não nos deixou órfãos: deu a sua própria mãe como nossa mãe. Mas seremos dignos de ser filhos daquela que disse o sim, totalmente incondicional, quando convidada a ser parte essencial do plano de Deus para nos salvar? Seremos nós também capazes de dar esse sim incondicional e, em cad atividade, testemunhar o Evangelho sem timidez? Não fomos feitos filhos adotivos de Maria e, por conseqüência, irmãos de Jesus Cristo, apenas para nos vangloriarmos de ser cristãos, sacerdotes ou ministros extraordinários da Igreja. Somente tomando consciência disso, ouviremos de Jesus: "Filho, eis aí tua mãe!

"Tenho Sede!" 

Jesus teve sede mas, ao invés de água, deram-lhe vinagre. Também para nós Jesus vive a dizer: "Tenho sede! Tenho sede de homens e mulheres, adultos e jovens, que caminhem comigo. Que não tenham medo de correr riscos, que não se apeguem a títulos, cargos e aos bens transitórios deste mundo. Que estejam dispostos a levar a boa nova a todas as criaturas. Tenho sede de justiça e de trabalho para todos, pois afinal meu Pai não criou o mundo só para alguns, mas indistintamente para todos. Tenho sede de pessoas que não aceitem o erro, porque é muito difícil combatê-lo. Tenho sede de ver a humanidade inteira totalmente feliz! Saciem pois essa minha sede, e a minha redenção pela cruz estará plenamente realizada!"

"Eli, Eli, lema sabachtani? - Meus Deus, meus Deus, por que me abandonastes?" 


Teria Deus abandonando seu Filho na cruz? Certamente que não. Contudo, a natureza humana de Jesus sofria tanto que ele sentiu falta do carinho de seu e nosso Pai. Quantas vezes nós também gritamos a mesma coisa, porém sem qualquer convicção de que Deus nos escuta. Quantas vezes passamos meses e anos esquecidos de Deus, nunca nos lembrando de conversar com ele, agradecendo tudo o que dele recebemos. Mas, quando nos sobrevém qualquer sofrimento e a dor nos atinge, gritamos revoltados: "Por que nos abandonastes?" Mas não é ele quem nos abandona: nós é que o abandonamos. E, de repente, queremos atribuir a ele todos os sofrimentos que nós mesmos criamos, para nós e para os outros. Fazemos de nossa relação com Deus uma transação comercial: "Eu lhe dou esmolas e orações apressadas, em compensação quero receber tudo aquilo que penso ter direito. E, se não recebo o que quero, protesto: "Por que me abandonaste?"


"Tudo está consumado!" 

Jesus Cristo olha, do alto da cruz, o novo mundo que começa: a humanidade recebe, em letras de lágrimas, suor e sangue, e sua quitação por todas as dívidas assumidas. Mas estará tudo consumado para cada um de nós em particular? Será que nada mais tenho a fazer? Posso me esquecer de Cristo não permanece morto, que ele ressuscitou e está presente em cada ser humano? Posso entrar num aposentadoria espiritual, nada mais fazendo porque Cristo já fez tudo por nós? Jesus consumou sua obra redentora na cruz. Mas foi exatamente ali que começou a nossa obra pessoal, como redimidos e discípulos de Cristo. Tudo estará consumado quando conseguirmos expulsar deste mundo o egoísmo, a ambição, o desamor, a miséria e a falta de oportunidade para todos.


"Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!" 





Chega ao final a agonia da cruz, Cristo entrega-se totalmente nas mãos do Pai. Um dia, ao entregarmos também nossos espírito nas mãos do Pai, com certeza ele não nos perguntará pelas grandes obras que fizemos, mas pelas pequeninas coisas que deixamos de fazer. Voltar ao Calvário é redirecionar nossa vida. É tomar a decisão corajosa de entregar ao Pai não somente nosso espírito, mas nossas mãos, nosso coração, nossa mente e toda a nossa vida. Com certeza, ele já está de braços abertos a nossa espera. Como o pai do filho pródigo. Basta que nos lancemos neles, com total amor e confiança.







Mensagem





Aprendendo com Jesus aos 12 anos

Aprenderemos com Jesus ainda aos 12 anos, algumas dicas de como conduzir um encontro de catequese. Um de nossos desafios na catequese hoje é desvincular o encontro de catequese de uma aula. Ouvimos muito esse termo: “descolarização da catequese”. Para isso, precisamos trabalhar em nós certos vícios que trazemos em nossa bagagem.


A partir do momento em que mudamos de mentalidade, aos poucos vamos deixando de fazer algumas coisas. Jesus escutava e também fazia perguntas. O catequista pode melhorar seu fazer catequético, quando escuta seus catequizandos. Que tal, perguntar a eles: “Na sua opinião, em que nossa catequese, nossos encontros, assemelha-se à escola? Com certeza vão dizer e a partir daí, podemos ir corrigindo na prática, aquilo que sabemos na teoria: catequese não é aula, catequista não é professor, catequizando não é aluno. Essas coisinhas que estamos cansados de ouvir, mas, na hora de colocar isso em prática, não é anda fácil. 

Dia desses, ouvi de um jovem: “Eu não fiquei na Crisma, porque você acha que eu ia ficar fazendo aquele monte de atividade de casa?” Claro, que tem muita coisa envolvida, mas foi o que ele usou de argumento, que a catequista o enchia de lição de casa. Enfim, ele tem “consciência” de que precisa do sacramento “para se casar” e ainda brincou com a mãe: “ Já que você trabalha na Igreja, você bem que podia descolar um comprovante de crisma...” Escutando aquilo, fiquei triste, mas o momento não era para uma catequese, porém ficou confirmado a urgência de se trabalhar o Conceito do que é CATEQUESE. 

Quando ouvimos que a catequese de nossos tempos precisa de um outro tipo de catequista, não se trata de descartar ninguém, mas somos convidados a perceber os sinais dos tempos. Os gritos são nítidos. E Jesus nos dizendo: “Quem tem ouvidos, ouçam!” Enfim, precisamos rever, renovar, nos adequar. E a pedagogia de Jesus aos 12 anos, nos dá grandes lições.

O catequista senta-se ao lado, no meio, escuta, favorece a participação. O catequista é a ponte que facilita o encontro com a PESSOA de Jesus. 

Partilho com vocês um material extraído do caderno temático Ano 2000, páginas 30 e 31 - O ENCONTRO DE CATEQUESE, DA EDITORA VOZES, DE MARILAC LORAINE R OLENIKI E LÉO MARCELO DE MACHADO.


"Três dias depois, encontraram o menino no Templo. Estava SENTADO no meio dos Doutores, ESCUTANDO e FAZENDO perguntas". (LC 2,46)

1ª lição.: - SENTADO 

Quando sentamos, igualamo-nos aos nossos catequizandos. Estamos no mesmo nível. Isso nos ajuda a perceber que na verdade, não existe “mestre”, mas sim discípulos, que juntos assumem a missão. O catequista, à medida que se integra ao seu grupo, também é catequizado e proporciona um crescimento integral para os seus catequizandos.

2ª lição.: NO MEIO DOS DOUTORES

Estar no meio deles é poder conhecer as diferentes realidades dos catequizandos. Isso começa com o que menos gostam até o que mais admiram. Poderíamos nos questionar:

- Quais são as alegrias e tristezas de nossos catequizandos

- O que eles pensam da catequese? (Não o que você, catequista, acha, mas o que verbalmente o seu catequizando expressa.)

- O que os traz para a catequese?

Estar no meio não é apenas conhecer a realidade, mas a partir dela apresentar a mensagem, e vivenciar esta mensagem no ambiente do encontro.

3ª lição.: ESCUTANDO E FAZENDO PERGUNTAS

Jesus prefere escutar para entender qual é o pensamento dos doutores da lei. Quer saber como interpretam a Palavra de Deus para depois questioná-los, fazer perguntas e começar o encontro.

E por toda essa pedagogia catequética muitos o admiram (cf.LC 2,46-47)

Escutar significa aprender a viver e conviver com as diversas realidades humanas.

A postura acolhedora do catequista, durante o encontro, favorece ao catequizando a oportunidade para esclarecer dúvidas, corrigindo preconceitos e concepções erradas sobre a Igreja, a catequese e a compreensão de Deus e de mundo, que ele tenha.


O catequista preparado, não apenas intelectualmente, mas experiente na vivência de sua fé, saberá durante os encontros:

- Envolver a todos, conquistando a confiança;

- Lidar com as diferenças de opiniões;

- Não valorizar apenas quem lhe é mais simpático;

- Dividir o tempo, sem reduzir as manifestações do grupo;

- Controlar suas emoções e as do grupo (impulsos, ansiedades, medos, raiva, vergonha)

- Conduzir o grupo a uma convivência serena e fraterna;

FAVORECER A PARTICIPAÇÃO

É durante o encontro que o catequista tem a possibilidade de pôr em prática o jeito de Jesus catequizar, trabalhando com os catequizandos enquanto grupo e atento à formação pessoal de cada um, por meio do amor gratuito e de uma comunicação sincera, que provém do coração.


Por Imaculada Cintra



Consagração ao Imaculado Coração de Maria

Ó coração Imaculado de Maria, repleto de bondade, mostrai-nos o vosso amor. A chama do vosso Coração, ó Maria, desça sobre todos os homens! Nós vos amamos infinitamente! Imprimi no nosso coração o verdadeiro amor, para que sintamos o desejo de Vos buscar incessantemente. Ó Maria, vós que tendes um Coração suave e humilde, lembrai-vos de nós quando cairmos no pecado. Vós sabeis que todos os homens pecam. Concedei que, por meio do vosso materno e Imaculado Coração, sejam curados de toda doença espiritual. Fazei que possamos sempre contemplar a bondade do vosso materno Coração e convertamo-nos por meio da chama do vosso Coração. Amém.