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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

COMO SURGIU A SALVE RAINHA!

É o dia 15 de novembro de 1049. Densas brumas pesam sobre o lago de Constança, na Suíça. O sol parece haver perdido a força. Gotas de neblina caem por terra, como se o céu estivesse chorando. A curta distância consegue-se vislumbrar o contorno do imponente mosteiro, a "Augia Dives". Dentro do mesmo, em estreita cela, encontra-se o monge Germano, sentado em uma velha cadeira de braços. Tem o corpo paralítico, a cabeça curvada sobre o peito. A custo sustenta com as mãos deformadas o livro que está lendo. Durante horas permanece na mesma posição; sem auxílio alheio não pode se mover. Sobre a mesa encontram-se numerosos pergaminhos, quase todos escritos por ele Germano. Conhecido pelo nome de "Germanus Contractus", ele é um dos maiores sábios de seu tempo. Tem fama no terreno da astronomia, da física, matemática, teologia, poesia e música. De vez em quando o monge procura ergue-se um pouco, mas logo recai, com leve gemido. A palidez de seu rosto é indício de dores indizíveis. Hoje, o "mais piedoso entre os monges" tem que passar uma hora difícil, hora de Getsêmani. O seu olhar procura o quadro de Nossa Senhora pendurado na parede da cela. Sempre professou uma terna devoção a Maria Santíssima.


Agora, de seu coração torturado, se eleva a ardente prece: "Salve, Rainha de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos os degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando, neste vale lágrimas”. 

Germano perde-se em reminiscências. Contempla-se, pequenino, ainda no castelo materno, nos braços de sua governanta: é paralítico. O dia 18 de julho de 1013, data de seu nascimento, marcou o início de suas dores. Recorda-se de sua despedida do castelo: tinha sete anos quando o pai, o conde Wolverade, e sua mãe Hiltrudes o confiaram aos monges do mosteiro de São Galo para que o instruíssem nas ciências e nas artes. Mais tarde obteve a admissão na "Augia Dives" e ali emitiu, sentado em uma cadeira de braços, a profissão religiosa. Desde então vive preso à cela, solitária, torturado e martirizado por seu mal, enterrado vivo. Somente a pujança de seu espírito e o amor à Maria Santíssima fizeram-no triunfar, até o presente, de todos as dificuldades. Hoje, porém, parece que o inferno todo se desencadeou sobre ele. Em sua alma é noite fechada. Quase que desfalece. Com a mão trêmula escreve num pergaminho o que acaba de meditar:

"De três modos pode-se sofrer: estando-se inocente, como Nosso Senhor na cruz; estando-se culpado, com o bom ladrão; e para fazer penitência.

Eu quero carregar minha cruz para satisfazer por meus pecados e pelos pecados dos outros. É este o meio mais seguro para se chegar à glória no céu. Mas, sinto-me vacilar. Mãe do céu, ajudai-me para que, como vós, eu não murmure e não me queixe, mas reconheça no sofrimento uma prova do amor de Deus". Entra na pobre cela o irmão enfermeiro. Germano pede-lhe que o leve à capela de Nossa Senhora. O recinto sagrado acha-se envolvido em semi-escuridão. A lâmpada do Santíssimo, iluminado frouxamente o sacrário, projeta também um raio de luz e envolve a imagem de Nossa Senhora. O monge paralítico estende penosamente os braços. Seus olhos mergulham no olhar da Mãe de Deus e nele descansa. Germano cuida sentir a presença de Maria: parece-lhe que sua mão maternal pousa-lhe suavemente sobre a cabeça e derrama doce bálsamo nas chagas de sua alma.

De seus lábios contorcidos pela dor brota espontaneamente: "Eia pois, advogada nossa, esse vossos olhos misericordiosos a nós volvei; e, depois deste desterro, mostrai Jesus, bendito fruto de vosso ventre; ó clemente, ó piedosa, ó doce Maria!" ( a palavra "Virgem" foi acrescentada mais tarde). 

Como ao pôr do sol, suave calma baixa à terra, assim a paz indizível, partindo da imagem de Maria Santíssima, inunda o coração de Germano. Parece-lhe estar longe da terra, crê-se perto do céu sente novo ânimo e redobrada coragem para carregar sua cruz não só com paciência, senão com alegria, até que Deus mesmo lha queira tirar. Germanus Contractus, nesta hora de sofrimento e de graças, presenteou a humanidade com uma prece que, desde então, tem sido enviada ao trono da Santíssima Virgem por milhões e milhões de devotos: a "Salve Rainha".


Oração Salve Rainha 

“Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, 
vida, doçura e esperança nossa, salve! 
A vós bradamos, os degredados filhos de Eva; 
A vós suspiramos, 
gemendo e chorando neste vale de lágrimas. 
Eia, pois, advogada nossa, 
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei; 
e depois deste desterro, 
mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, 
ó clemente, ó piedosa, 
ó doce sempre Virgem Maria”.

- Rogai por nós Santa Mãe de Deus!
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. 
Amém!

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Consagração ao Imaculado Coração de Maria

Ó coração Imaculado de Maria, repleto de bondade, mostrai-nos o vosso amor. A chama do vosso Coração, ó Maria, desça sobre todos os homens! Nós vos amamos infinitamente! Imprimi no nosso coração o verdadeiro amor, para que sintamos o desejo de Vos buscar incessantemente. Ó Maria, vós que tendes um Coração suave e humilde, lembrai-vos de nós quando cairmos no pecado. Vós sabeis que todos os homens pecam. Concedei que, por meio do vosso materno e Imaculado Coração, sejam curados de toda doença espiritual. Fazei que possamos sempre contemplar a bondade do vosso materno Coração e convertamo-nos por meio da chama do vosso Coração. Amém.